Antes
mesmo da saída dos trios elétricos,
a Avenida Paulista já estava tomada na manhã de hoje (7) pelo público da 19ª Parada do Orgulho LGBT -
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Sob o tema
Eu Nasci Assim, Eu Cresci Assim, Vou Ser Sempre Assim: Respeitem-Me!, o evento
reúne pessoas de diversos perfis e idades nas ruas da região central da
capital.
Carregando faixas
e fotos, o grupo Mães pela Diversidade desfilou pela avenida
para pedir respeito. “Estamos lutando por direitos, igualdade e respeito”,
disse Sônia Martins, que veio de Brasília para participar da parada. Segundo
ela, o apoio dos pais e mães é especialmente importante nesse momento em que o
discurso conservador sobre a família tenta retirar direitos dos homossexuais e
transsexuais.
“O papel das mães, fundamentalmente, neste momento em que se
discute a família, é mostrar que os LGBTs têm família. Têm pai, mãe e uma
família que os ama. Família não é isso que eles querem colocar”, destacou a mãe
que caminhava levando a foto da filha, Alexandra.
A visibilidade é, na opinião do músico Leandro
Vilela, o que faz com que o evento seja tão relevante para a comunidade LGBT.
“Ao longo destes anos eu via a parada crescendo e é indiscutível a
visibilidade que ela traz”, disse o rapaz, participa da parada desde 2003. Ele
lembrou, entretanto, a necessidade de que isso seja incorporado como valores pela
sociedade.“Visibilidade não só no dia da Parada Gay, como no resto do ano. Seja
na novela, seja no comercial de perfume ou em qualquer outra frente, para que a
gente seja visto no dia a dia como iguais. A gente não que mais, nem menos, só
ser igual”, defendeu.
Além dos
militantes e jovens em clima de festa,
também passeavam pela Avenida Paulista famílias e casais como o bancário Clóvis
e a aposentada Gilda Marques. “[Vim dar] uma olhadinha”, explicou o bancário.
“Cada um vive do jeito que quer. É tão importante a gente seamar. Por isso, eu venho curtir e apoiar”,
completou Gilda.
Mais
cedo, na coletiva de imprensa que abre o evento, o prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad, destacou o papel do Poder Público para garantir os direitos dessa população. “O Poder Público tem
que ir além da tolerância. Tem que defender a tolerância, combater a intolerância,
mas tem que ter um componente social de resgate da cidadania também”, disse.
Em meio a
cobranças de movimentos sociais que também participaram da entrevista, Haddad
prometeu ouvir mais os militantes e dar mais transparência aos recursos investidos na parada.
“Quanto mais transparência melhor, nesse tipo de coisa. A gente pode fazer
inclusive uma conversa aberta com toda a comunidade LGBT, em vez de fazer uma
decisão de gabinete”, disse sobre o modelo a ser adotado para organizar a
próxima edição do evento.
Cobrado
pelos ativistas, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, garantiu que estão sendo feitas as investigações sobre as agressões à travesti Verônica
Bolina. “Toda a apuração está sendo acompanhada pela presidente do Conselho
LGBT e pela representante da Secretaria da Justiça”, afirmou.
Em abril,
fotos publicadas nas redes sociais mostraram Verônica desfigurada após uma ação
para contê-la no 2º Distrito Policial (DP) de São Paulo. Presa em flagrante,
acusada de tentar matar uma vizinha idosa, a travesti disse que sofreu diversas agressões enquanto
estava sob custódia.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes,
disse que a Polícia Civil deve concluir em breve a sindicância que apuras o
ocorrido. “A sindicância ouviu todas as pessoas envolvidas, já fez dois laudos.
A pedido da própria Verônica, está fazendo um terceiro laudo em relação às suas
agressões. Ouviu todas as testemunhas que a Verônica solicitou, inclusive, as
pessoas que a atenderam no hospital”, ressaltou.
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