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terça-feira, 9 de junho de 2015

Ceará apresenta redução de casos de meningite neste ano

O Ceará não vive surto de meningite. Pelo contrário, o número de casos dos primeiros cinco meses do ano é menor do que o do igual período do ano passado. Em sua forma mais grave, a meningocócica, foram 12 confirmações e duas mortes (em abril de paciente de Itaitinga internado no Hospital São José e um óbito em maio de paciente também de Itaitinga, internado no Frotinha de Messejana), em 2015. Já no ano passado, houve 17 ocorrências entre janeiro e maio de 2014, com três óbitos
Sobre o assunto, a Secretária da Saúde do Estado (Sesa) divulgou nota técnica e esclarece que, considerando as faixas etárias dos acometidos por doença meningocócica, a maior incidência nos anos de 2012 a 2014 foi entre os menores de um ano.

 Já em 2015, a preocupação maior está na faixa etária dos 15 aos 29 anos. "O que é justificada pela ocorrência da doença em populações mais vulneráveis neste ano, tendo sido registrado a ocorrência de quatro casos em dois presídios do Estado", afirma.
O órgão de saúde estadual salienta que, em 2014, após o mês de maio, não ocorreram mais mortes por doença meningocócica. Em todo o ano passado, ocorreram mais quatro casos, um no mês de junho e os três últimos no mês de agosto.
"A meningite é considerada uma doença endêmica no Ceará e no Brasil. Casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão", aponta o gerente da Célula da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), Antônio Neto.
Vacina
No entanto, alerta, como a doença apresenta essa característica, a vacinação é uma das formas de proteção. Ele ressalta que no calendário nacional de imunização, do Ministério da Saúde, três vacinas protegem contra as formas da doença, principalmente da mais perigosa.
"Temos a Pentavalente como uma prevenção para a meningite e outras infecções. Ela também confere proteção contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Além dela, existem a meningocócica conjugada C e a pneumocócica conjugada 10-valente. Todas são recomendadas para crianças a partir dos 2 meses de idade", assinala Antônio Neto.
A meningite, explica o médico, é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. "As meningites bacterianas e virais são as mais preocupantes, do ponto de vista da saúde pública, devido à capacidade de ocasionar surtos, e no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos", diz.
A meningite meningocócica é causada por bactéria. Além de provocar doenças, o meningococo é encontrado (sem causar males) no nariz e na garganta de 10% a 25% da população. Quem carrega a bactéria nessas regiões é chamado portador assintomático. A maioria deles não adoece, mas pode transmitir essa infecção potencialmente fatal a outras pessoas através de secreções respiratórias, da saliva expelida ao tossir e espirrar, ou outras formas de contato próximo.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas da meningite são febre alta que começa abruptamente, dor de cabeça intensa e contínua, vômito, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas na pele.
Após a avaliação médica e análise preliminar das amostras clínicas, o paciente fica internado e recebe tratamento de acordo com o agente etiológico identificado.
No caso de meningite bacteriana, o tratamento é realizado com antibióticos específicos. Existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. Outras formas de prevenção incluem evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e limpos.
No Ceará, informa a Sesa, por meio da nota técnica, o primeiro caso confirmado de doença meningocócica ocorreu em 1980. O maior pico de transmissão da doença ocorreu no ano de 1994. Após essa epidemia, a redução do número de casos se mantém de forma sustentada, com picos nos anos de 1996, 2000, 2004, 2008, 2011 e 2012. No ano passado, dos 15 casos confirmados, nove ocorreram em Fortaleza e seis no Interior do Estado. Neste ano, até maio, a distribuição se inverte, com dois casos em Fortaleza e nove nos outros municípios.
Lêda Gonçalves

Repórter



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