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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Ex-executivo da SBM detalha esquema à CPI

Londres. O ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor apresentou à CPI da Petrobras, ontem, uma série de documentos e gravações que detalham o esquema de corrupção da empresa holandesa com a estatal brasileira.
Taylor ainda voltou a acusar a Controladoria-Geral da União (CGU) de ter protelado a investigação sobre o caso após ter recebido seu dossiê durante a campanha eleitoral passada.

"O depoimento supera muito as expectativas", disse o vice-presidente da CPI, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que chefia a comitiva de oito deputados que ouviram Taylor, na tarde de ontem, em um hotel nos arredores de Londres.
No encontro reservado, o executivo detalhou aos membros da comissão, por exemplo, como US$ 31 milhões repassados pela Petrobras a contratos da SBM foram parar numa empresa sediada em paraíso fiscal em nome do lobista brasileiro Júlio Faerman, apontado como elo da propina a servidores da estatal.
Taylor também descreveu como era a atuação de Faerman, algo que a comissão ainda não havia obtido já que o brasileiro não foi localizado até agora e a SBM tem evitado colaborar com as investigações.
Segundo os deputados, Taylor mostrou contratos da SBM com Júlio Faerman e emails confidenciais trocados dentro da empresa sobre o caso.
Durante o intervalo da reunião, os deputados relataram aos jornalistas que o ex-diretor acusou a CGU de ter sido "negligente" ao receber a documentação e abrir processo contra a SBM em 12 de novembro, após a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
"O depoimento do Taylor nos fornece subsídios para questionar mais a CGU", disse o deputado Efraim Filho (DEM-PB).
A CPI ouviu Taylor na condição de colaborador. O depoimento foi marcado depois de o executivo ter revelado que repassou o dossiê à CGU durante a campanha eleitoral.
Em 27 de agosto de 2014, Taylor repassou à CGU uma série de documentos por e-mail. No dia 3 de outubro, prestou depoimento a três servidores da CGU que foram visitá-lo no Reino Unido.
Na ocasião do contato com a CGU, pouco se sabia sobre o caso - somente no fim de novembro, por exemplo, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco revelou às autoridades brasileiras, em delação premiada, ter recebido propina de Faerman oriunda de contrato com a SBM. A firma é uma das maiores em aluguel e operação de plataformas e presta serviços de afretamento desses equipamentos para a estatal.
A controladoria nega protelação política e minimiza a contribuição do delator. O órgão alega que tomou a iniciativa de instaurar ação contra empresa após obter indícios de materialidade de irregularidades no âmbito de uma sindicância aberta em abril. Hoje, os dois lados, a CGU e a SBM, estão negociando um acordo de leniência.
Depoimento de Roseana
A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, ontem. As declarações duraram cerca de 1h50. No início de março, o Supremo Tribunal Federal abriu inquérito para investigar a ex-governadora, após ela ser citada em delação premiada na Operação Lava-Jato. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que se reuniu "com Roseana em 2010 para tratar de propina".
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/ex-executivo-da-sbm-detalha-esquema-a-cpi-1.1296479

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