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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Projeto beneficia catadores de material reciclável

Sabe aquele senhor que passa todos os dias pela rua recolhendo material reciclável com uma carroça? O trabalhador a quem a vizinhança não deseja bom dia ou boa noite, mas lembra de reclamar quando o saco de lixo aparece bagunçado na calçada? Doze universitários do curso de Publicidade e Propaganda e um professor se reuniram para ajudar esses catadores.
O projeto em que os estudantes estão trabalhando é o "Pimp My Carroça", um trabalho colaborativo, ou seja, depende da contribuição de pessoas que simpatizem com a ação. 

Apesar de ser novidade no Ceará, a iniciativa já faz parte do cotidiano dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Os integrantes do grupo tem o objetivo de agir como incentivadores do trabalho, oferecendo os reparos e deixando na carroça a pintura de um artista renomado. Também são distribuídos materiais de segurança, como luvas, bonés, capa de chuva e adesivos que brilham no escuro.
Com a iniciativa, o "Pimp My Carroça" acredita que pode contribuir para diminuir a "invisibilidade" dos catadores de materiais recicláveis. Segundo o professor universitário Thyago Cabral, idealizador do projeto, as doações são feitas por meio de um site especializado em projetos colaborativos, o Cartase (www.catarse.me/pt/pimpexseumaciel). Quem doa acima de R$ 25 recebe um agradecimento oficial. Brindes, como adesivos, camisas e gravuras de artistas, são enviados a quem doar mais de R$ 50. Se o valor pretendido pelo projeto não atender ao objetivo, todo o dinheiro é devolvido para os envolvidos.
Material
Em Fortaleza, o projeto já tem até um beneficiado, José Maciel dos Santos, que vive na Capital. O catador de produtos recicláveis trabalha com uma carroça alugada, então os integrantes do grupo querem dar uma nova para Maciel, que custa uma média de R$ 450, e também doar material de segurança ao trabalhador, que custaria um valor de R$ 900.
O estudante que "descobriu" Maciel foi Marcelo Freire, 24, que está no 6º semestre do curso de Publicidade e Propaganda. Morador do bairro Jardim das Oliveiras, ele conta que Maciel trabalhava na sucata na sua rua. "Por onde eu passava, o encontrava. Ele me via no carro e sempre dava 'oi'. Isso marca e eu queria muito ajudar o seu Maciel", destaca.
Maciel trabalha com recolhimento de reciclagem há oito anos e mora sozinho. O fato de ele não ter o próprio carrinho atrapalha o trabalho, conforme Marcelo. "Ele não pode fazer trabalhos diferentes, como frete, o que seria uma renda a mais", exemplifica.
A expectativa de fazer parte de um projeto social mudou a vida e o pensamento dos estudantes, cada um com um plano diferente. Jéssica Pereira, 24, comenta que é o seu primeiro trabalho social e que acompanhou o Pimp My Carroça em outros estados pela imprensa.
Já a estudante Emily Karen, 24, participa de um grupo que trabalha com o resgate da autoestima do idoso. "É sempre bom ter trabalhos sociais. A gente beneficia as pessoas e engrandece a gente. Estamos fazendo o bem a uma pessoa e isso vai repercutir na sociedade", comenta.
O designer gráfico Robson Fernandes, 21, vai cuidar da decoração de panfletos sobre o projeto. Outra parte dos alunos ficará responsável pela distribuição. Questionados sobre a possibilidade de não conseguirem arrecadar o dinheiro, o grupo é unânime: vão usar o próprio bolso para comprar a carroça de Maciel.
Mais informações
Doações podem ser feitas por meio do site: http://www.catarse.me/pt/pimpexseumaciel

Jéssika Sisnando
Repórter

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/projeto-beneficia-catadores-de-material-reciclavel-1.1141507

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