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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Endividamento recua para 45,97%, diz BC

Brasília. O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro, que considera o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses, voltou a cair em agosto, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Segundo a instituição, a taxa passou de 46,01%, em julho, para 45,97%, em agosto. Antes disso, a taxa mais baixa havia sido registrada em maio, quando estava em 45,96%.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, segundo o BC, o endividamento fica em 28,65% da renda anual em agosto ante 28,86% em julho. Esta taxa de dois meses atrás - a mais recente disponibilizada pelo Banco Central - é a mais baixa desde setembro de 2009, quando os reflexos da crise internacional de um ano antes estavam mais latentes. Na ocasião, estava em 28,55%.
Comprometimento da renda
Ainda segundo o Banco Central, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 21,47% em agosto. O dado, apresentado com ajuste sazonal, também é o mais baixo desde março deste ano, quando ficou em 21,40%. Ainda de acordo com o Banco Central, o mercado de crédito brasileiro se consolidou em setembro com a segunda queda consecutiva da taxa de juros, estabilidade do calote e o aumento de 7,4% das concessões, após surgirem os reflexos das medidas de estímulo aos financiamentos feitos pelo Banco Central em julho e agosto.
Mas nuvens mais negras são aguardadas à frente para esse segmento com o aumento inesperado da taxa básica de juros na última quarta-feira (29), promovida pelo mesmo BC, para 11,25% ao ano.
'Caráter regulatório'
"São coisas distintas", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, que não quis comentar a decisão da cúpula da instituição da véspera. As medidas adotadas lá atrás, segundo ele, não tinham como objetivo estimular o crédito "Eram de caráter regulatório, portanto, não foi contraditório (com a elevação da Selic)", argumentou. O mesmo economista do BC, no entanto, admitiu que o aumento da concessão de financiamentos para automóveis, um dos principais focos das medidas na ocasião, era esperado e já seria reflexo "gradual e defasado" daquelas ações.
Apenas em setembro, o aumento das concessões de empréstimos para veículos foi de 11%, atingindo o maior valor do ano, de R$ 8,5 bilhões. Segundo ele, não é possível dizer se esse movimento de alta vai persistir. Até porque o cenário para o mercado de crédito brasileiro tende a mudar com a decisão de alta dos juros - no mercado financeiro já começaram a surgir projeções sobre a magnitude e a extensão desse ciclo. "Claro, o efeito de uma elevação da Selic sobre as taxas ativas também é de elevação", considerou.
Em setembro, o juro médio cobrado no mercado foi de 31,9% ao ano. Para pessoas físicas, fechou o mês passado em 42,8%. Maciel comentou que essa taxa tem oscilado em torno de 43% nos últimos meses. "As taxas vêm crescendo desde o ano passado e chegaram a esse patamar depois da interrupção de alta da Selic", disse, citando o mês de abril de 2014.
Em quanto tempo se dará essa transmissão do avanço da Selic para as demais cobranças de juros, é um incógnita, segundo o técnico. Isso porque o repasse depende de uma série de outras variáveis econômicas, como a demanda por financiamentos, por exemplo. Apesar disso, o economista manteve a estimativa feita no mês passado de expansão do crédito no País em 12% ao ano - em 12 meses até setembro estava em 11,7%. A próxima revisão das projeções do BC só se dará em dezembro.
Estoque
O estoque de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,3% no mês de setembro em relação a agosto atingindo R$ 2,900 trilhões, segundo o BC. No acumulado do ano até o mês passado, houve alta de 6,8% e, em 12 meses, de 11,7%.
Houve aumento de 1,6% para pessoas jurídicas e de 0,9% para o consumidor no mês. No ano, a alta até setembro está em 5,2% para as empresas e em 8,7% para a pessoa física. No caso do período de 12 meses encerrados no mês passado, as taxas são de crescimento de, respectivamente, 10,3% e 13,3%.
De acordo com o Banco Central, o estoque de crédito livre cresceu 0,7% no mês, 1,7% no ano e 4,8% em 12 meses até setembro. Já no caso do direcionado, aumentou 2,0% em setembro ante agosto, 13,2% em 2014 até o mês passado e 20,6% em 12 meses.
No crédito livre, houve crescimento do estoque de 0,6% para pessoas físicas no mês, de 3,0% no acumulado deste ano e de 5,1% em 12 meses.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/endividamento-recua-para-45-97-diz-bc-1.1139184

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