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domingo, 29 de junho de 2014

No fio da navalha

O futebol costuma ser cruel, mas também sabe ser justo com quem faz por onde, e assim o fez. A tarde de ontem transformou um homem em santo: Julio Cesar. O goleiro, que carregou o peso de ter sido protagonista na eliminação da Seleção Brasileira em 2010, na África do Sul, sai do Mineirão como herói nacional. O arqueiro defendeu duas cobranças de pênaltis e viu o Brasil triunfar diante de um Chile superior e aguerrido.
Agora, a Seleção vem a Fortaleza para enfrentar a Colômbia nas quartas de final do Mundial, na próxima sexta-feira, dia 4.

O jogo
O começo de jogo foi intenso. A marcação sob pressão de ambos os times dificultou o toque de bola nos dez primeiros minutos. Quando, enfim, conseguiu colocar a bola no chão e trabalhar com calma, aos 12, Hulk tabelou com Neymar e, ao invadir a área, recebeu carga de Isla. Caído, o brasileiro pediu pênalti, mas Howard Webb não deu.
Bem na partida, a dupla comandou as principais jogadas ofensivas do time de Luiz Felipe Scolari. Aos 15, Neymar partiu no contra-ataque, entrou na área chilena, teve a chance de finalizar mas preferiu um novo drible e perdeu o lance.
No minuto seguinte, Mena cortou a jogada com a mão e levou o amarelo. Na cobrança de falta, Hulk chutou bem e o goleiro Bravo mandou para escanteio. Foi justamente aí que a bola na rede fez o País explodir.
Aos 18, Neymar mandou a bola para a área, Thiago Silva desviou e, por fim, Mena tocou para marcar contra. Ao lado do defensor chileno, David Luiz comemorou como se o gol fosse dele e a Fifa confirmou a autoria do zagueiro no lance.
Com boa movimentação de ambos os lados, o jogo passou a ter a emoção que faltou no início. O Brasil usou e abusou de jogadas aéreas, optando pelo 'chuveirinho' até quando era a opção menos indicada. No lado chileno, as jogadas pelas laterais do campo - especialidade do time de Sampaoli - começaram a funcionar bem.
Com a defesa exposta, o sistema defensivo começou a apresentar falhas. Foi então que Alexis Sánchez brilhou. Aos 31, Marcelo cobrou lateral para Hulk, que devolveu fraco e viu a bola ser tomada por Vargas. Este passou na medida para o atacante do Barcelona bater no canto direito de Julio Cesar: 1 a 1.
A resposta brasileira veio aos 34, Oscar recebeu na direita, cruzou para trás e Neymar chegou cabeceando, mas a bola desviou em Silva e foi para a linha de fundo. Assim, o placar permaneceu inalterado.
Emoção
Na volta para a segunda etapa, o Brasil pareceu mais desorganizado taticamente. O único momento de perigo para a Seleção foi aos 9, após Hulk ser lançado por Marcelo e balançar as redes. Por ter dominado com o braço, Webb anulou o tento e puniu o camisa 7 com o cartão amarelo.
A jogada foi a única de grande perigo por parte da Canarinho no segundo tempo, que foi amplamente dominada pelo Chile de Jorge Sampaoli, que, aos 19, viu Vidal dá grande bola para Isla tocar para trás e Aránguiz bater para linda defesa de Júlio César. A pressão da "Roja" durou até o fim da etapa.
Dramático, o jogo se encaminhou para a prorrogação. Mesmo com domínio total brasileiro no segundo tempo da prorrogação, a chance mais clara de gol foi do Chile. Pinilla, que entrou no lugar de Vidal, conduziu a bola pelo meio e bateu forte no travessão de Julio Cesar.
Nos pênaltis, William e Hulk perderam para a Seleção, enquanto David Luiz, Marcelo e Neymar converteram. Julio Cesar defendeu as bolas de Pinilla e Sanchez, além de ver o petardo de Jara explodir na trave.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/jogada/no-fio-da-navalha-1.1047990

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