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segunda-feira, 31 de março de 2014

Aceleradora busca ideias no Ceará

O governo federal anunciou recentemente a lista de 12 aceleradoras de empresas iniciantes (startups) que receberão apoio financeiro neste ano, como parte do programa Startup Brasil. As aceleradoras selecionadas terão recursos para impulsionar o desenvolvimento das startups que também são selecionadas em todo o país. O Sudeste é a região com mais iniciativas contempladas pelo programa, com oito participantes; Sul e Nordeste aparecem em seguida, com duas aceleradoras cada. No entanto, nenhuma delas está localizada no Ceará. As duas instituições nordestinas são de Pernambuco e Bahia.

Esse cenário pode mudar com a inauguração da aceleradora 85 Labs, que passa a atuar em Fortaleza e já está recebendo inscrições de empreendedores que tenham ideias viáveis para serem transformadas em um bom negócio. Mesmo sem contar ainda com o apoio do programa do governo federal, no site da 85 Labs já há uma "chamada para aceleração" para a sua primeira turma (a ideia é ter ainda outra ao longo do ano), com cinco vagas, para um período de seis meses. O investimento nesse período é de R$ 60 mil, envolvendo a oferta de mentoria, consultoria em gestão e estratégia, consultoria contábil, consultoria jurídica e espaço físico, dentre outros serviços.
Ao contrário das incubadoras, que têm um processo bem mais longo de acompanhamento das empresas novatas, as aceleradoras que focam sua atenção nos novos empreendimentos na área de tecnologia da informação chegam a fazer todo o trabalho em até seis meses.
Cearenses no projeto
Até 2015, o projeto Startup Brasil dará a cada uma das 300 empresas iniciantes R$ 200 mil em bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para pagamento de salários e o apoio de uma aceleradora. Na edição do ano passado do programa, quatro startups cearenses estiveram entre as 53 empresas nacionais selecionadas na segunda chamada do programa. Eram elas: Vitrola, Fashion85, iHelpU e Fonte A1. Entretanto, as novatas cearenses não conseguiram continuar no projeto pelo fato de não firmarem vínculo com nenhuma aceleradora do país.
Lucas Cavalcante, que chegou a participar inicialmente de uma das startups envolvidas, diz que um total de 20 novatas não conseguiram continuar no programa pelo mesmo motivo. "Já se comentou que é uma falha do programa selecionar um número de startups acima do que as aceleradoras podem atender", afirma Lucas. Na opinião de Rafael Moreira, diretor de Políticas de Tecnologias da Informação e Comunicação do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação (MCTI), a ampliação do número de aceleradoras de nove no ano passado para 12 neste ano aperfeiçoa o programa. "A gente estava com uma quebra de 15% a 20%, ou seja, empresas que eram selecionadas não conseguiam firmar acordos com essas instituições", conta o diretor. "Diminuir a quantidade de startups por aceleradora é uma forma de dar uma melhor qualidade ao programa e um atendimento mais individualizado ao empreendedor, além de possibilitar maior fôlego às aceleradoras, para fazer novos investimentos".
Para o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida, o novo ciclo do Startup Brasil se destaca pela dispersão geográfica. "Tivemos maior distribuição das aceleradoras pelo país e observamos que os grupos locais se organizaram para responder ao edital", diz. Em 2013, as nove aceleradoras do programa eram da região Sudeste. Das instituições qualificadas neste ano pelo Startup Brasil, seis participaram da primeira edição do programa, no ano passado: 21212 e Papaya Ventures, do Rio de Janeiro (RJ); Aceleratech e Wayra, de São Paulo (SP); Acelera MGTI, de Belo Horizonte (MG); e Start You Up, de Vitória (ES). A nova seleção amplia a abrangência geográfica do Startup Brasil, com as novatas Acelera Cimatec, de Salvador (BA); Baita Aceleradora, de Campinas (SP); C.E.S.A.R. Labs, de Recife (PE); TechMall (PDITec), de Belo Horizonte; e Ventiur e WOW, de Porto Alegre (RS).
Leonardo Lacerda, um dos fundadores da 85 Labs, diz que há interesse em inscrever a nova aceleradora cearense no próximo processo seletivo do Startup Brasil. Lacerda diz que a ideia de criar uma aceleradora de startups no Ceará já vem desde 2010. Na época, entretanto, considerava que o mercado local não estava pronto. "Nós mesmos não nos sentíamos maduros o suficiente", completa. Foi em novembro do ano passado, durante um evento de empreendedorismo, que sentiu que havia chegado o momento. Para Lacerda, que também é líder no Ceará do Anjos do Brasil (entidade sem fins lucrativos criada para fomentar o investimento-anjo e apoiar o empreendedorismo de inovação), um investimento em uma startup no Brasil fica em média entre R$ 50 mil e R$ 300 mil. Além dos recursos financeiros, o que vale muito, segundo Lacerda, é a experiência do investidor-anjo (que entra no negócio também com know-how, para aconselhar o empreendedor). "Networking no setor também ajuda bastante", diz o cofundador da 85 Labs sobre a importância da rede de contatos.
Talento local
Para Leonardo Lacerda, o panorama das startups no Ceará é positivo, já que a inovação faz parte da cultura local, com os cearenses respondendo por um terço da aprovação de estudantes no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). O cofundador da 85 Labs cita boas ideias de negócios inovadores ligados a tecnologia que surgiram no Estado e já estão trilhando um caminho de sucesso. Entre os destaques estão Vitrola (app musical para interagir com o som ambiente), Alvanista (espécie de rede social para fãs de games), Logovia (serviço online para contratação de serviço de designers gráficos), Pedida de Hoje (guia de descontos em bares e restaurantes), Bate a Foto (para encontrar serviços de fotógrafos) e Fashion85 (aplicativo para compartilhar fotos de moda).
Mais informações
Aceleradora 85 Labs


Inscrições abertas até 18 de abril para startups que desejam apoio para seu desenvolvimento
Contato: www.85labs.com

Copilado do Diário do Nordeste

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