Brasília. Tão logo o Congresso retome as atividades, em fevereiro de 2014, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) fará uma audiência pública com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, para que sejam esclarecidos detalhes relativos à decisão do governo brasileiro de comprar 36 caças da empresa sueca Saab.
A informação é do presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Segundo ele, as ações de espionagem realizadas no Brasil pelo governo dos Estados Unidos, reveladas pelo analista de inteligência americano Edward Snowden, certamente prejudicaram a Boeing, empresa daquele país que disputava a preferência das autoridades de defesa brasileiras com a Saab e a francesa Dassault.
“Ainda que nossas autoridades não admitam, é evidente que houve uma reflexão sobre isso. Quando você faz uma aquisição como essa, é como se você estivesse fazendo um casamento. Então a geopolítica foi considerada, juntamente com as questões de eficiência e performance”, ponderou Ferraço.
Transferência de tecnologia
O Ministério da Defesa afirma, porém, que a opção pelos caças de modelo Gripen NG, da Saab, foi consequência apenas da qualidade dos equipamentos, dos custos de aquisição – estimados em US$ 4,5 bilhões – e de manutenção e, sobretudo, dos compromissos de transferência de tecnologia e de nacionalização de boa parte do processo de produção. Isso porque, segundo o Ministério, a parte de estrutura do avião e outros componentes deverão ser produzidos em São Bernardo do Campo (SP), contribuindo para o desenvolvimento da indústria aeronáutica do país.
Copilado do Diário do Nordeste
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