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domingo, 28 de abril de 2013

Governo de Angola proíbe operação de igrejas evangélicas do Brasil


Igrejas evangélicas brasileiras foram banidas da Angola. De acordo com o governo angolano, essas igrejas praticam "propaganda enganosa" e "se aproveitam das fragilidades do povo angolano", além de não serem reconhecidas pelo Estado.


A Igreja Universal é a única que ainda atua na Angola.

Foto: Arquivo


Em fevereiro, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentescotal Nova Jerusalém foram fechadas, depois de investigações do governo. A Igreja Universal foi a única que conseguiu liberação e funciona sob intervenção do Governo.



 Desabamento gera interdição



A única igreja reconhecida pelo Estado, a Universal do Reino de Deus, sofreu em março deste ano uma interdição. 16 pessoas morreram asfixiadas e esmagadas durante um culto da Igreja, no dia 31 de dezembro do ano passado, em Luanda. O culto reuniu 150 mil pessoas, número bem acima da lotação permitida no estádio da Cidadela.



O lema do culto era "O dia do Fim", e a igreja pedia com os fiéis o fim de muitos problemas que os afligiam, como doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas, entre outros.



Intervenção do Governo permite funcionamento



A igreja só pode funcionar com fiscalização dos ministérios do Interior, Cultura, Direitos Humanos e Procuradoria Geral da Justiça. As outras igrejas que não têm reconhecimento oficial do Estado angolano, continuam proibidas. Antes, elas funcionavam com uma autorização provisória.



Segundo, Rui Falcão, secretário do birô político do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e porta-voz do partido, que está no poder desde a independência de Angola, em 1975, afirma que "Essas igrejas não obterão reconhecimento do Estado, principalmente as que são dissidências, e vão continuar impedidas de funcionar no país"



 Monopólio da Igreja Universal



Apesar de funcionar sob intervenção na Angola, a Igreja Universal conseguiu garantir um monopólio entre as igrejas neopentecostais brasileiras no país. O governo do presidente José Eduardo dos Santos é visto como muito próximo da Universal, pois a TV Record tem grande força no país. O fato da Igreja Universal ser a única a ter permissão para voltar a funcionar no país é uma manobra para restringir a concorrência de outras igrejas brasileiras na Angola. Só na Angola, a igreja tem, 230 templos e 500 mil fiéis.



De acordo com o sociólogo da PUC -RS, Ricardo Mariano, "A Angola é um terreno fértil para a Universal, que tem lá TV, jornal, templos e conexões políticas, e por isso deve ter conseguido essa reserva de mercado", afirmou.



Já a Igreja Mundial do Poder de Deus do apóstolo Valdemiro Santiago, enviou advogados até Angola para tentar legalizar a situação da Igreja. Segundo o deputado José Olímpio (PP-SP), o processo é demorado.



A Igreja tem 30 templos e cerca de 170 mil fiéis no país. 15% da população angolana é evangélica, e essa fatia só tem crescido, segundo dados do governo.

Copilado do Diário do Nordeste

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