A crise internacional
contribuiu para o avanço do segmento, por conta da redução das exportações.
O consumo médio per capta de
flores e plantas ornamentais no Ceará praticamente dobrou no primeiro semestre
deste ano em comparação com igual período de 2011, saltando da faixa de US$ 7
para US$ 13 por habitante ao ano e superando proporcionalmente a média nacional
que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), é de R$
20,00 por pessoa/ano - o equivalente, em dólar, a aproximadamente US$ 9,90 por
habitante ao ano.
Os números do segmento no
Estado, embora menores que os quantitativos do mercado brasileiro, "são
expressivos", conforme Ticiana Batista, articuladora da cadeia produtiva
de flores da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece).
Segundo ela, "o
incremento do consumo no mercado interno se deve ao acesso facilitado da
população, devido à entrada dos supermercados na comercialização do
produto". Outro fator é o aumento da oferta, devido à redução nas
exportações, em função da crise internacional.
Área produtiva
Dados da Adece indicam que o
Estado possui em torno de 300 hectares de área produtiva distribuídos em quatro
polos de produção - Ibiapaba, Baturité, Região Metropolitana de Fortaleza e
Região do Cariri. São cerca de 75 produtores cearenses que geram em torno de
3.900 empregos diretos no setor.
No Brasil, de acordo com
números do Ibraflor, considerando o primeiro semestre de 2012, o setor de
flores e plantas ornamentais aumentou em 15% o volume da produção nacional e em
17% o valor comercializado no País. "O Ceará segue a tendência nacional.
Nós também crescemos tanto em área de produção como em valor
comercializado", afirma Ticiana.
Ampliação neste ano
A articuladora estima que o
Estado ampliará sua área de produção de flores e plantas ornamentais entre 5% e
7% em 2012, mas não arriscou prever o crescimento das vendas. "Ainda não
temos a meta comercial do Estado em relação ao setor para 2012".
Segundo ela, a realização da
décima quarta edição da Agroflores ajudará a aquecer ainda mais o mercado
cearense. "O evento trará novos investidores a ajudará a criar
oportunidades de negócios para a cadeia produtiva do segmento", afirma.
XIV edição
Fruto da parceria entre
Associação de Produtores de Flores e Plantas Ornamentais (Floresce), a Câmara
Setorial de Flores (CSFlores) e o Instituto Frutal, a XIV edição do Agroflores
será realizada de 25 a 27 de setembro de 2012, no Centro de Eventos do Ceará
(CEC).
O evento promoverá o debate
sobre modernas técnicas de cultivo, sobre o mercado de flores e apresentará
experiências bem sucedidas no setor. A programação incluirá palestras, mostras
científicas, exposição de produtos da floricultura do Estado do Ceará,
demonstração e confecção de arranjos florais com a participação de artistas
florais cearenses, além de cursos para técnicos, produtores, floristas.
No País, esse é um o setores
econômicos que mais cresce. A produção e comercialização de flores prevê um
crescimento para 2012 de 15% no volume de produção e de 17% em valor
comercializado, ambos em comparação ao ano passado. No ano passado, as flores
movimentaram R$ 4,3 milhões, 13% a mais que em 2010.
De acordo com o Ibraflor,
esse desenvolvimento está fundamentado na qualidade da produção e na mudança de
hábito da população que tem hoje produtos com beleza e vida útil correspondente
ao valor gasto pelo consumidor.
A entidade confirma que a
expansão do segmento também está relacionada às vendas de flores nos
supermercados. De acordo com dados do Ibraflor, atualmente, o brasileiro
consome R$ 20,00 por ano, cerca de US$ 66% a mais que em 2006, quando o consumo
médio girava em torno de US$6/ano.
Manter os investimentos
"Esses números são
reais, mas isso não quer dizer que não devemos nos preocupar com o futuro. A
Europa e EUA estão em crise e a confiança dos investidores diminuiu quanto a
tais países. A Ásia desacelerou, embora continue estável, assim como o Brasil.
Por isso, precisamos estar com os pés no chão, manter os investimentos para
continuar oferecendo produtos de qualidade e preços acessíveis. Temos
consciência de que o poder de compra do brasileiro (ou seja, o mercado interno)
é o que está segurando a economia nacional", declara Camila Reijers,
engenheira agrônoma da Rosas Reijers - considerada a maior produtora de rosas
do País.
ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER
Copilado do Diário do
Nordeste
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