Sem chuvas regulares desde o
segundo semestre do ano passado, os estados do Nordeste contabilizam perdas na
agricultura e na pecuária. No Ceará, houve redução de 87% na safra de grãos de
2012, em comparação com 2011.
De acordo com o Comitê de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do estado, 162 dos 184 municípios
cearenses tiveram perda de mais de 50% na produção de grãos.
Outro setor que vem sofrendo
as consequencias da estiagem prolongada é a pecuária. Sem chuva, os pastos
secaram e falta alimento para os animais.
Os mais prejudicados são os pequenos
produtores que praticam a pecuária semiextensiva. No Ceará, o volume de chuvas
entre os meses de março e junho no semiárido foi, em média, 47% menor que em
2011 e os pastos secaram.
No Nordeste
Desde setembro de 2011, não
chove regularmente no Semiárido nordestino. A seca atual já é considerada a
pior dos últimos 30 anos e atinge cerca de 8 milhões de pessoas na região, de
acordo com dados do Ministério da Integração Nacional. Um total de R$ 2,7
bilhões foram liberados pelo governo federal para serem aplicados em ações
emergenciais para amenizar as consequências da estiagem.
Na Bahia, a produção do
leite já apresenta queda de quase um terço, representando diminuição de 1,5
milhão de litros por dia. Produtores de Pernambuco também enfrentam perdas.
A Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) avalia que a pecuária de corte, além das
perdas da pecuária de leite, dá sinais fortes de redução de oferta de animais
para abate. A previsão é que, em 2013, haverá uma menor oferta de bois prontos
para o abate, devido à antecipação de animais que só seriam ofertados no
próximo ano.
A Faeb estima ainda perda
significativa nas safras de feijão e milho, por falta de condições de plantio.
O prejuízo é sentido também nas culturas permanentes, a exemplo da cacauicultura
e da fruticultura.
Em Pernambuco, as perdas na
produção de carne chegaram a R$ 824 milhões, além de mais R$ 32 milhões na
pecuária de leite, entre os meses de março e abril, totalizando R$ 856 milhões,
de acordo com dados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de
Pernambuco. A estimativa de perda de peso dos animais nesses três meses é de
30% para os bovinos e de 15% para os caprinos e ovinos.
Bolsa Estiagem
Atualmente, cerca de 700 mil
agricultores distribuídos por 800 municípios nordestinos recebem recursos do
Bolsa Estiagem, que paga R$ 400,00 a cada família, em até cinco parcelas.
Fonte: Agência Brasil
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