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terça-feira, 31 de julho de 2012

Cardápio da Copa poderá ter lagosta


Icapuí. A lagosta cearense poderá fazer parte do cardápio oficial da Copa do Mundo em 2014. Para isso, deverá ter um certificado internacional de sustentabilidade. Equipes da Secretária Especial da Copa (Secopa) e da Secretaria da Pesca estão atuando no processo de reconhecimento da lagosta. Representantes do Ceará já estão em diálogo com consultores do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O grande desafio será vencer a pesca predatória, responsável por grande parte da lagosta comercializada dentro e fora do País.


A produção de lagosta está reduzindo nos mares do Ceará devido à exploração. Para conseguir o certificado, deverá vencer a pesca predatória

O Ceará é o maior produtor de lagostas do Brasil. Corresponde a aproximadamente 60% das três mil embarcações brasileiras com permissão do Ministério da Pesca e Aquicultura para a atividade. É uma importância medida nos 573 quilômetros de costa, onde existem dezenas de comunidades pesqueiras desse crustáceo.

 Fazer parte do cardápio oficial da Copa deverá dar uma evidência internacional que a lagosta cearense nunca teve, embora já seja bastante comercializada para exportação - o faturamento anual da lagosta no Ceará chega a R$ 80 milhões.

Sendo comprovada a procedência da pesca sustentável, quem deverá certificar a lagosta cearense é a organização do Conselho de Manejo Marinho MSC (do inglês Marine Stewardship Council), organismo internacional que é referência mundial em certificação de pescados. O grupo trabalha com pescarias, empresas que atuam com frutos do mar, cientistas, grupos de conservação e o público que promove a consciência ambiental na atividade pesqueira. Mas o caminho até a certificação é longo. Devem ser atingidos 31 indicadores na atividade pesqueira.

No último dia 25 de julho, representantes do Governo do Estado e consultores do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente (Pnuma), Ernest Goldstein e James Lomax, estiveram no reunidos no Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Foram discutidos os critérios para certificação, bem como um levantamento sobre a atividade pesqueira no Estado do Ceará, gastos e rendimentos.

A certificação passa por duas etapas: a primeira, de avaliação pelas instituições da viabilidade da atividade. Essa discussão teve início em 2009 entre as secretarias estaduais da Copa (Secopa), da Pesca (SPA) e do Desenvolvimento Agrário (SDA), além do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam). Já fazia parte do projeto de investimento na Copa do Mundo, vista como oportunidade para inserir a lagosta para apreciação por atletas e turistas que vierem ao Estado. "Trabalhamos na perspectiva de potencializar tudo o que o Ceará tem de bom", afirmou Ferruccio Feitosa, secretário Especial da Copa, que vê na certificação um impulso para a comercialização da lagosta.

Fiscalização

Apesar de maior produtor da lagosta, o Ceará sofre com a pesca predatória. O lucro imediato faz com que milhares de pescadores, financiados por empresários, vão para o mar apropriados de marambaias e equipamentos rudimentares de mergulho. Nos dois casos estão desobedecendo à legislação ambiental, que só permite o uso de manzuás, espécie de gaiolas onde as lagostas são capturadas. Está no Litoral Leste do Estado, entre Aracati e Icapuí, o maior conflito envolvendo pescadores artesanais e os que praticam a atividade predatória. O diretor de fiscalização do Ibama, Rolfran Castro, coordena operações que todos os anos capturam barcos realizando a pesca ilegal. Mas o próprio Ibama reconhece que os recursos ainda são poucos, e que um grande entrave é a atuação de empresários, atravessadores e donos de embarcações que burlam a legislação e usam documentos que indicam pesca artesanal, mas que por trás fazem a pesca predatória

Mais informações:
Secretaria da Pesca e Aquicultura do Ceará (SPA) - Av. José Martins Rodrigues, 150, bairro Edson Queiroz, Fortaleza
Telefone: (85) 3241.0114

MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER 
Copilado do Diário do Nordeste

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