Entidade reconhece os
impactos negativos que a competição trará, mas diz que serão superados pelos
positivos.
Rio
de Janeiro. O diretor de Responsabilidade Social
Corporativa da Fifa, Federico Addiechi, reforçou na última sexta-feira (22),
durante palestra na Rio+20, que a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, será a
"mais sustentável de todas". O diretor reconhece os impactos
negativos que a competição trará ao País, mas afirma que eles serão superados
pelos positivos.
O diretor defende a
utilização da publicidade gerada pelo Mundial para divulgar medidas de
desenvolvimento sustentável.
"A Copa do Brasil será vista por metade da
população mundial, então é uma oportunidade para dar mais força a essas
questões". Na última terça-feira, também durante evento
da Rio+20, Addiechi anunciou investimento de R$ 40,7 milhões no Brasil, pela
Fifa, para a implementação da estratégia de sustentabilidade da competição até
2014. O valor corresponde a 0,7% da arrecadação da entidade.
O secretário executivo do
ministério do Esporte, Luís Fernandes, único representante do governo federal
no Comitê Organizador Local (COL) da Copa, frisa a decisão do Brasil de
solicitar, sem que a Fifa exigisse, a certificação ambiental internacional LEED
(sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental), concedida pela
ONG Green Building Council. "Agora, a Fifa quer levar a experiência do
País para as próximas Copas do Mundo", comenta.
Desaceleração
Também presente à palestra,
o arquiteto espanhol Pablo Vaggione, do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) - um dos principais financiadores das obras relacionadas à Copa do Mundo
nas cidades brasileiras - deixou o alerta. "Vocês precisam estar
preparados para a desaceleração de eventos logo após o fim do Mundial",
avisa o espanhol.
Segundo afirma, a
transformação de Barcelona não terminou em 1992, quando a cidade espanhola
sediou os Jogos Olímpicos, "mas começou". "Não se pode
desperdiçar o dia seguinte à Copa", acrescenta.
A Rio+20 foi fechada com
lições negativas e positivas para absorver na caminhada para a Copa do Mundo e
as Olimpíadas. O trânsito foi considerado o principal ponto negativo da
organização. O coronel Milton Corrêa da Costa, especialista em segurança, diz que
o planejamento de tráfego falhou, sobretudo, nos primeiros dias da conferência.
Ele classifica como discreta a atuação das equipes de segurança, que,
diferentemente da Rio 92, não desfilaram aparatos bélicos nas ruas da cidade.
"O trânsito não pode
parar em razão de um megaevento. Isso precisa ser muito estudado para que não
se repita, por exemplo, na Jornada Mundial da Juventude, no ano que vem. Não
teremos chefes de Estado, mas serão milhões de jovens reunidos no Rio. A
engenharia de tráfego terá que buscar soluções", ressalta o coronel.
Outra dificuldade apontada
foi a infraestrutura de alojamentos para os participantes de eventos da
sociedade civil. O sambódromo, por exemplo, foi alvo de reclamações durante a
conferência.
Eventos paralelos são destaque
da Conferência
Rio de Janeiro A Rio+20 pode
ser considerada a maior conferência realizada pela Organização das Nações
Unidas (ONU, sobretudo quando se leva em consideração os eventos paralelos,
dizem especialistas.
Mas o seu resultado oficial,
expresso num documento considerado pouco ambicioso, apequenou, na análise de
ONGs e da sociedade civil. O texto reflete a unanimidade possível de ser obtida
entre os 193 países-membros. Mesmo assim, ainda há motivos para o resultado não
ser considerado um fracasso total, como avaliam representantes da prefeitura e
do governo federal.
Conquista
Em relação a conteúdo, o
governo brasileiro reconhece que o documento final da Rio+20 poderia ter ido
além. As limitações, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, foram impostas pela necessidade de obter unanimidade para aprovar uma
resolução.
No discurso oficial,
entretanto, o resultado da conferência é considerado muito positivo. Entre os
legados citados pela ministra do Meio Ambiente, que levou em consideração
também os benefícios criados em eventos paralelos, destaca-se o para a criação
do Centro Mundial de Desenvolvimento Sustentável (Centro Rio+), com sede no
Rio, que servirá para reunir órgãos nacionais e internacionais na discussão
sobre o meio ambiente.
"O que é adotado na
Rio+20 é consenso. Não necessariamente nossas vontades prevaleceram 100%. O
Brasil era mais ambicioso em relação ao alto-mar, por exemplo, mas tivemos que
conciliar", explicou Izabella.
Segundo a ONU, durante a
Rio+20 foram criados 692 compromissos voluntários entre governos, ONGs,
empresas, universidades e outros, nos eventos oficiais e paralelos realizados
antes e durante a conferência.
Investimento
40,7 Milhões foi o valor
anunciado pela Fifa, na última terça-feira, na Rio+20, a ser investido no
Brasil para estratégias de sustentabilidade até o Mundial.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário