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terça-feira, 29 de maio de 2012

Projeto incentiva produção de filmes


Estudantes de Sobral e Limoeiro do Norte aprenderam a conhecer mais as peculiaridades da sétima arte. Fortaleza Chegando à cidade de Sobral, o visitante percebe o quanto é presente nos espaços urbanos a existência de equipamentos culturais, com uma programação constante e viva voltada para um público diversificado residente na região. De concreto, os alunos da rede pública de ensino participaram, no último dia 20, na Brinquedoteca - "um espaço de referência do brincar", de uma oficina de cinema de animação, atividade inserida no projeto "A Escola Vai ao Cinema".
O objetivo é incorporar a arte nas rotinas escolares e a perspectiva da utilização do cinema como mediador do processo de ensino-aprendizagem.
Infelizmente, nem todos têm acesso ou costume de ir ao cinema, principalmente quando se trata do interior do Estado. Mas, para incentivar esse hábito e qualificar o jovem, estimulando o espírito crítico e o debate, o projeto "A Escola Vai ao Cinema", de 2011/2012, promoveu sessões gratuitas, oficinas de cinema de animação direcionadas aos alunos dos Ensinos Médio e Fundamental da rede pública, além de seminários e treinamentos para professores, coordenadores e diretores das escolas envolvidas das cidades de Limoeiro do Norte e Sobral.
Para Telmo Carvalho, orientador de cinema de animação, que esteve em Sobral ministrando uma oficina para os 30 alunos das escolas Raul Monte e Professor Gerardo Rodrigues, o projeto é muito interessante, "porque, além de levar as crianças da rede pública para o cinema, incentiva na produção de filmes com suas próprias ideias. O que eles estão realizando aqui faz com que a gente já sinta o interesse deles em aprender como funciona o mecanismo de produção de animação. E o incrível disso tudo foi o engajamento, nesses dois dias de atividades, entre eles". Na oficina, eles foram os responsáveis pela criação do roteiro, modelagem de personagem e cenário, além da animação de seus próprios filmes, utilizando a técnica "stop motion", que consiste em animar quadro a quadro objetos e personagens modelados com massinhas. No final, será produzido um filme que fará parte de um DVD, com vide e foto e menu interativo.
Mãe na tela
Com as funções divididas e definidas por equipe, o estudante desenhista Douglas Vascleidson Vieira dos Santos, de 14 anos, da Escola Raul Monte, ficou responsável pela criação do roteiro, após sugerir contar a história de sua mãe na tela, justificando ser uma pessoa do bem que sempre fez de tudo para salvar a família da fome. E o título do filme puxa pela imaginação: "O Picolé", que fará a plateia refletir bastante. É esperar pra assistir.

A sala de criação mais parecia um circo multicolorido montado com crianças por todos os lados trabalhando. Na mesa reservada para a confecção dos personagens se destacou a estudante Isabele Maria Morais Mota, 13 anos, do 8º ano da Escola Professor Gerardo Rodrigues, que faz desenho japonês desde os 8 anos influenciada pela família.
Sobre o mercado de trabalho, o orientador explica que o cinema de animação brasileiro está em crescimento por meio de incentivos dos governos estadual e federal. E outro fator sinalizador da ascensão está na Agência Nacional de Cinema (Ancine), que lançará dois editais para a criação de longa metragem de animação e de séries para a televisão brasileira. "Fazer filme de animação com a utilização de novas tecnologias ficou muito mais fácil. Você pode produzir em qualquer local. Mas estamos em um ambiente de formação para profissionalizarmos alunos, além da formação de novos diretores e mão-de-obra qualificada para suprir o mercado que está em falta de profissionais de animação", conclui.
Para a curadora, jornalista e professora do curso de audiovisual da Unifor, Bete Jaguaribe, este projeto oportuniza a dezenas de jovens da escola pública o encontro com o cinema brasileiro, criando espaços de reflexão e fruição do audiovisual. As oficinas de produção, também realizadas pelo projeto, são espaços de experimentações, colocando os jovens em contato direto com a linguagem audiovisual. "Quem sabe este tipo de projeto se espalhasse Brasil afora".
Positivo
Para o presidente da Federação das CDLs do Ceará, Honório Pinheiro, o projeto é extremamente positivo. "Assistir os depoimentos dos alunos no tocante ao projeto é emocionante e mais gratificante, ainda, é apoiar essa aprendizagem que acontece nas salas de cinemas do Pinheiro Supermercado".
O projeto tem como realizadora a Federação das CDLs do Ceará, Instituto CDL de Responsabilidade Cultural e Social e os Cinemas Francisco Lucena e Renato Aragão. Parceria do Pinheiro Supermercado, Coelce, Prefeitura de Limoeiro do Norte, Prefeitura de Sobral, Programadora Brasil e apoio cultural do Governo do Ceará, Banco do Nordeste e Ministério da Cultura.
Copilado do Diário do Nordeste

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