Imprudência
ao manusear fogos de artifícios, balões e até fogueiras são os principais
motivos.
Soltar
balões coloridos e rojões de fogo, pular fogueira e, assim, curtir toda a magia
das festas de São João em
Fortaleza. Mas , além da tradição, algo também já virou
característico do período: queimaduras graves em adultos e, principalmente, em crianças. Só nestes
quatro primeiros meses, o Instituto Doutor José (IJF), unidade de referência,
atendeu 1.750 pacientes, média de 14 acidentados por dia.
"Todo
cuidado ainda é pouco para os tamanhos dos riscos de se soltar fogos sem
atenção. Sei que, nessa época de junho, os casos crescem muito, chegam a
aumentar em até 20 vezes, ter uns 40 casos em 30 dias", afirma o atual
chefe do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Frotão, Paulo Regis
Teixeira.
O
médico detalha, ainda, que, apesar das ações de prevenção, os casos chegam com
muita gravidade, são doentes queimados na maioria do corpo, que perdem a visão,
têm os dedos amputados. "Felizmente, não há muitos óbitos, mas as sequelas
são grandes e acabam deixando as pessoas muito tempo internadas", relata
Regis Teixeira.
Ações
e campanhas de mobilização e prevenção já começam a partir do dia 6 de junho,
data em que se lembra, nacionalmente, as vítimas de fogo. Para o médico do IJF,
apesar das estatísticas ainda altas, há, nos últimos anos, uma notória queda.
O
Corpo de Bombeiros Militar do Ceará informou, através de sua assessoria de
imprensa, que muitos trabalhos de prevenção tem sido feito ao longo dos anos,
mas a população insiste em tratar os fogos como brinquedos. A imprudência de
manusear o objeto estando bêbado, a não manutenção de uma distância de
segurança e a vulnerabilidade das crianças são os principais motivos que levam
a acidentes com fogos de artifícios, balões e até com fogueiras.
"Temos
um setor, a Coordenadoria de Atividades Técnicas (CAT), que é responsável pela
emissão de certificado de conformidades com a lei. As verificações são feitas
constantemente nas lojas que vendem fogos. O que a gente mais recomenda é que a
criança não use qualquer tipo de fogos e que as pessoas embriagadas evitem
soltar rojões. Tem que ter prudência e bom senso nesse momento", finaliza
o órgão estadual.
Medidas
O
Corpo de Bombeiros alerta, ainda, que a maioria dos casos de queimaduras em
decorrência das tradições juninas poderia ser evitada com medidas simples de
segurança. Para evitar os riscos, é preciso observar algumas medidas, como
verificar as instruções do fabricante, não segurá-los com as mãos e conferir o
certificado de garantia.
Também
é importante não consumir bebida alcoólica ao manusear fogos, não deixar
crianças usarem esses produtos e não soltar os rojões perto do rosto. Sobre as
fogueiras, o Corpo de Bombeiros destaca que não se deve acendê-las com álcool
líquido, para evitar explosões. Quem quiser orientações do Corpo de Bombeiros
pode ligar para o telefone 193.
Os
balões de São João também oferecem muitos perigos, pois podem cair acesos em
florestas, residências e indústrias, causando acidentes graves. De acordo com a
Lei de Crimes Ambientais (9.065/98) é crime soltar, fabricar, vender ou
transportar balões "que possam provocar incêndios nas florestas e demais
formas de vegetação". A pena varia de um a três anos de detenção e/ou
pagamento de multa.
Em
caso de acidentes, se a queimadura for leve, quando a pele fica avermelhada ou
com bolhas, deve-se lavar com água corrente, proteger com uma toalha limpa e
procurar o médico o mais rápido possível.
As
queimaduras profundas, que arrancam a pele, não devem ser lavadas. A orientação
é proteger o local machucado com uma toalha limpa e procurar o serviço de saúde
especializado.
IVNA
GIRÃO
REPÓRTER
Foto:
Marília Camelo
Copilado do Diário do Nordeste
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