Essa
é para encher de orgulho qualquer brasileiro. O bioquímico Vítor Pinheiro, de
34 anos, é o autor de uma técnica revolucionária que desenvolveu os primeiros
DNAs artificiais, denominados de XNAs.
Na
natureza o DNA (ácido desoxirribonucléico) e o seu parente químico, o RNA
(ácido ribonucléico), estão por trás da transmissão de informações genéticas e
a ausência ou a presença dessas moléculas gigantes (também chamadas de
polímeros) era praticamente usada para diferenciar os seres vivos de todos os
outros elementos, substâncias e materiais.
Mas
com o êxito da pesquisa que o paulistano realizou em parceria com cientistas da
Universidade Cambridge, no Reino Unido, uma nova fronteira está sendo aberta
tanto na busca pela cura de doenças como também na astrobiologia, a pesquisa
sobre formas de vida extraterrestre. Até
o momento a equipe conseguiu criar seis tipos diferentes de “XNA” e aptâmeros
(pequenas moléculas capazes de se ligar e bloquear outras) a partir deles.
O
feito da técnica anglo-brasileira incluiu não só a construção química do XNA,
mas também que o composto artificial conseguisse transferir informação para um
DNA tradicional, de modo similar ao que o RNA de vírus faz quando invade o
código genético de seu hospedeiro. “Até
agora, parecia que apenas DNA e RNA podiam guardar informação genética. Se a
gente mostra que outro tipo de polímero é capaz de fazer isso, o DNA e o RNA
deixam de ser especiais”, explica Pinheiro.
Consequências
para Medicina e Astrobiologia
Uma
das maiores consequências da descoberta é ampliar as possibilidades de
descoberta de vida extraterrestre ou mesmo de formas de vida exóticas em nosso
próprio planeta, já que a técnica mostra que outros tipos de compostos químicos
podem se reproduzir. Outra grande
consequência é a possibilidade de se criar medicamentos mais eficazes e que
apresentem menos rejeição do organismo.
Para
conseguir essa proeza, Pinheiro e seus colegas, trocaram a molécula de açúcar
de uma DNA tradicional, que possuem cinco átomos de carbono e substituiu por
moléculas diferentes compostas por quatro, cinco ou seus átomos de carbono.
DNAs, RNAs e XNAs são formados por três tipos de submoléculas: açúcares,
fosfatos e bases nitrogenadas.
A
outra engenharia do processo foi descobrir polimerases nos DNAs que pudessem se
comunicar com os XNAs e com isso estava completo o ciclo de criação dos novos
compostos genéticos artificiais. O estudo será publicado na tradicional revista
científica Science.
Tags:
açúcares, aptâmeros, bases nitrogenadas, DNA, fosfatos, polimerases, RNA, XNA
Copilado
do Diário do Nordeste
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