O
desejo de voar sempre ocupou o imaginário das pessoas e esse sonho se
multiplica com a aviação esportiva no Catuleve
"Historicamente,
a aviação aeroesportiva chegou ao Ceará há cerca de 20 anos. O pessoal começou
a utilizar aqui no Catuleve aviões muito primários, como aeromodelos. (O clube)
sempre foi pioneiro em novos equipamentos, importou, sempre investiu muito.
Hoje, posso dizer que se não for o melhor, o Catuleve não deixa a desejar a
nenhum outro clube de aviação no País".
Quem
fala assim não é gago. O comentário é do brigadeiro Sabino Freire, um expert em
aviação, quer seja militar, civil ou esportiva, e que atua como exigente
instrutor no Catuleve (Clube de Aviação Desportiva) daqueles que desejam, assim
como foi com o grego Ícaro, dar asas a sua imaginação e voar.
"O
Catuleve conta com cerca de 110 associados e 80 aeronaves abrigadas em seus
hangares, todas elas em boas condições de voo. Nossos pilotos são muito bem
qualificados operacionalmente e muito bem treinados".
Escola
O
brigadeiro Sabino ressaltou que no Catuleve "temos uma escola específica
para aviação aeroesportiva, que é homologada pela Anac (Associação Nacional da
Aviação Civil). A coisa aqui é feita muito com o pé no chão".
Baiano
de nascimento, mas há muito tempo radicado no Ceará, o instrutor do Catuleve
exaltou o nível da aviação aeroesportiva no Estado. "Sou oriundo da aviação
militar, mas antes de me aposentar já voava na aviação aeroesportiva, tenho meu
aviãozinho, que eu mesmo montei, e reconheço a qualidade, responsabilidade e o
nível técnico da aviação esportiva no Ceará".
Estrela
Com
relação ao principal modelo baseado no Catuleve, o brigadeiro Sabino Freire
argumentou: "difícil dizer, porque hoje os aviões experimentais
(ultraleves) já ultrapassaram alguns aviões homologados tanto em desempenho
como em qualidade dos equipamentos de navegação, comunicação, o próprio
motor". Mas ressalvou: "eu diria que o modelo RV-10 aqui no Catuleve
é a aeronave de ponta".
Características
O
brigadeiro Sabino citou algumas características do RV-10. "É uma aeronave
de quatro lugares, um quinto passageiro, se não for adulto, ainda pode ir
atrás. Tem alcance de 800
milhas (1.500km). Ou seja, o RV-10 pode voar daqui até
São Luís/MA ou até Salvador/BA sem problemas. E é um avião muito rápido, voa
como um Seneca. E para um empresário, a aviação experimental é um espétaculo,
uma grande solução".
Fabiana
quebra tabu na aviação
Antes
um verdadeiro "Clube do Bolinha", composto apenas por pilotos do sexo
masculino, o Catuleve tem, agora, em seu quadro a primeira piloto mulher. E
cheia de moral, diga-se de passagem, pois foi avaliada pelo instrutor
brigadeiro Sabino Freire. Falamos de Fabiana Stolf.
Mas
ela admite que os homens foram a sua inspiração para aprender a voar. "Os
homens foram a minha inspiração, porque eu vinha com meu esposo, Andre Stolf
para o Catuleve, e ouvia o pessoal falando de aviação e fui me
envolvendo".
Todo
fim de semana, Fabiana estava no clube, participava de revoadas, vendo os
outros aprender a voar. "Aí pensei, eu também posso aprender a voar",
diz.
Fabiana
começou a ter aulas com o brigadeiro Sabino e já voa sozinha. "E quanto
mais a gente voa, mais a gente gosta. E os homens têm orgulho da primeira
mulher piloto no Catuleve".
MOACIR
FÉLIX
REPÓRTER
Copilado
do Diário do Nordeste
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