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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bons ventos e céu de brigadeiro


O desejo de voar sempre ocupou o imaginário das pessoas e esse sonho se multiplica com a aviação esportiva no Catuleve

"Historicamente, a aviação aeroesportiva chegou ao Ceará há cerca de 20 anos. O pessoal começou a utilizar aqui no Catuleve aviões muito primários, como aeromodelos. (O clube) sempre foi pioneiro em novos equipamentos, importou, sempre investiu muito. Hoje, posso dizer que se não for o melhor, o Catuleve não deixa a desejar a nenhum outro clube de aviação no País".


Quem fala assim não é gago. O comentário é do brigadeiro Sabino Freire, um expert em aviação, quer seja militar, civil ou esportiva, e que atua como exigente instrutor no Catuleve (Clube de Aviação Desportiva) daqueles que desejam, assim como foi com o grego Ícaro, dar asas a sua imaginação e voar.

"O Catuleve conta com cerca de 110 associados e 80 aeronaves abrigadas em seus hangares, todas elas em boas condições de voo. Nossos pilotos são muito bem qualificados operacionalmente e muito bem treinados".

Escola

O brigadeiro Sabino ressaltou que no Catuleve "temos uma escola específica para aviação aeroesportiva, que é homologada pela Anac (Associação Nacional da Aviação Civil). A coisa aqui é feita muito com o pé no chão".

Baiano de nascimento, mas há muito tempo radicado no Ceará, o instrutor do Catuleve exaltou o nível da aviação aeroesportiva no Estado. "Sou oriundo da aviação militar, mas antes de me aposentar já voava na aviação aeroesportiva, tenho meu aviãozinho, que eu mesmo montei, e reconheço a qualidade, responsabilidade e o nível técnico da aviação esportiva no Ceará".

Estrela

Com relação ao principal modelo baseado no Catuleve, o brigadeiro Sabino Freire argumentou: "difícil dizer, porque hoje os aviões experimentais (ultraleves) já ultrapassaram alguns aviões homologados tanto em desempenho como em qualidade dos equipamentos de navegação, comunicação, o próprio motor". Mas ressalvou: "eu diria que o modelo RV-10 aqui no Catuleve é a aeronave de ponta".

Características

O brigadeiro Sabino citou algumas características do RV-10. "É uma aeronave de quatro lugares, um quinto passageiro, se não for adulto, ainda pode ir atrás. Tem alcance de 800 milhas (1.500km). Ou seja, o RV-10 pode voar daqui até São Luís/MA ou até Salvador/BA sem problemas. E é um avião muito rápido, voa como um Seneca. E para um empresário, a aviação experimental é um espétaculo, uma grande solução".

Fabiana quebra tabu na aviação

Antes um verdadeiro "Clube do Bolinha", composto apenas por pilotos do sexo masculino, o Catuleve tem, agora, em seu quadro a primeira piloto mulher. E cheia de moral, diga-se de passagem, pois foi avaliada pelo instrutor brigadeiro Sabino Freire. Falamos de Fabiana Stolf.

Mas ela admite que os homens foram a sua inspiração para aprender a voar. "Os homens foram a minha inspiração, porque eu vinha com meu esposo, Andre Stolf para o Catuleve, e ouvia o pessoal falando de aviação e fui me envolvendo".

Todo fim de semana, Fabiana estava no clube, participava de revoadas, vendo os outros aprender a voar. "Aí pensei, eu também posso aprender a voar", diz.

Fabiana começou a ter aulas com o brigadeiro Sabino e já voa sozinha. "E quanto mais a gente voa, mais a gente gosta. E os homens têm orgulho da primeira mulher piloto no Catuleve".

MOACIR FÉLIX
REPÓRTER
Copilado do Diário do Nordeste

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