A
orientação do Banco Central é que as pessoas troquem notas deterioradas ou
descaracterizadas
Brasília/Fortaleza. O Banco Central informou ontem que aproximadamente
30% das notas de R$ 2 e R$ 5 em circulação no País estão em nível avançado de
desgaste ou descaracterizadas - com grampos, riscos, fitas adesivas etc - e não
deveriam mais estar sendo usadas. Os dados são da Pesquisa de Qualidade de
Cédulas e Entesouramento de Moedas Metálicas, segundo a qual cerca de 15% das
notas de R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100 também não deveriam mais estar em
circulação.
Resultado
da falta de cuidado ou mesmo do dano intencional, o desgaste das cédulas é
significativo em todas as regiões brasileiras, sendo mais acentuado no Norte e
no Nordeste. As duas regiões possuem o maior número de cédulas de R$ 2 que não
deveriam estar circulando devido ao desgaste avançado, com, respectivamente,
38,7% e 26,4% do total de notas. Já as cédulas de R$ 2 descaracterizadas
correspondem a, 31,7% e 19% respectivamente.
Níveis
de deterioração
A
pesquisa definiu seis diferentes níveis de desgaste, considerando uma nota
imprópria para circular a partir do ponto em que ela tiver "várias dobras,
com a tinta esmaecida e o substrato enfraquecido". "As cédulas podem
estar sujas ou manchadas. O papel já está gasto e não mais possui a rigidez
original. A tinta dos caracteres e símbolos encontra-se desgastada. A imagem
latente e a marca tátil não são mais percebidas. As áreas impressas em
calcografia são dificilmente identificadas", complementa o estudo, divulgado
ontem.
Segundo
afirmou ontem o diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, em entrevista
coletiva, a condição mais deteriorada das notas nessas regiões está ligada ao
menor acesso à rede bancária, resultando em menor inclusão financeira.
A
orientação do Banco Central é que as pessoas que recebam notas
descaracterizadas ou em um processo avançado de desgaste as depositem em algum
banco, como forma de viabilizar o recolhimento para destruição e troca por
cédulas novas. O levantamento sugere a necessidade de ações educativas quanto
ao uso do dinheiro.
"Mudança
comportamental"
"Uma
mudança comportamental poderia permitir também economia de recursos públicos
com reposição de notas danificadas e de moedas entesouradas", diz o
estudo, segundo o qual o bom estado das cédulas contribui para a imagem do País
e facilita a autenticação dos elementos de segurança.
Moedas
Ainda
de acordo com o levantamento, 27% das 18,735 bilhões de moedas emitidas desde o
lançamento do Plano Real - o que equivale a 5,134 bilhões de moedas - estão
fora de circulação. "Por ano, deixam de circular 7% de moedas de R$ 0,01,
e 3% das moedas de R$ 1", informou o Banco Central, explicando que esse
dado deve-se à perda de moedas de baixo valor pela população e ao armazenamento
prolongado.
Custo
de substituição
O
custo de substituição das 5,134 bilhões de moedas, caso fossem repostas, seria
de R$ 1,1 bilhão, segundo a instituição. Ao ano, essa "taxa de
entesouramento" - como o Banco Central define o percentual de moedas fora
da economia - é de 5% em média, número comparável ao dos Estados Unidos e do
México.
É
a primeira vez que o Brasil faz uma pesquisa sobre moedas fora de circulação.
"A partir de agora, faremos essa pesquisa uma vez a cada três anos",
destacou o diretor. O levantamento foi realizado entre dezembro de 2011 e
janeiro de 2012.
Moedas
27%
das 18,735 bilhões de moedas emitidas desde o lançamento do Plano Real no País
- o que equivale a 5,134 bilhões de moedas - estão fora de circulação
1,1
bilhão de reais seria o custo aproximado de substituição das 5,134 bilhões de
moedas que não estão mais circulando no País, caso elas fossem repostas
Copilado
do Diário do Nordeste
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